terça-feira, 1 de setembro de 2009

Tosqueira sobre trilhos

Andar de trem no Rio de Janeiro é uma das coisas mais toscas de que se tem conhecimento (mais tosca até do que ir à Quinta da Boa Vista num domingo ensolarado de Dia das Crianças).

O aperto é que você logo nota quando entra. É um tal de encoxar para lá, ser encoxado para cá, é nego com a mão na tua bunda, você com a mão naquilo dos outros, um Deus nos acuda.

Falar em Deus, tem ainda a experiência antropológica que é entrar num vagão onde esta sendo realizado um culto. Se você der o  azar de parar perto do pregador, prepare-se, você vai chegar em casa com dores fortíssimas na cabeça e não será por um aneurisma prestes a estourar. Os gritos são exasperadores e ensurdecedores. E não pense que você se converter vai acabar com a gritaria. Será pior: todos os que participam do culto vão gritar de uma vez.
 
 Oba! Hoje peguei um lugar na janela

Ao contrário do Metrô, o trem chacoalha muito. Não segurar em algum lugar (ou em alguém) é se arriscar a ir parar no chão estatelado e pisoteado pelos traseuntes.

Tem ainda o pessoal com as toalhinhas de mão. 97% das pessoas que anda de trem usa a toalinha de enxugar suor. Não há coisa mais nojenta.

Tudo isso não seria tão ruim, se não tivesse ainda aquelas pessoas que passam uma semana sem tomar banho e acham que leite de rosas é água com sabonete. Muito bom!

2 comentários:

Rodrigo Polito disse...

Po, para completar, só faltava ter álcool em gel no trem!!! haha

Suzi disse...

"Não segurar em algum lugar (ou em alguém)..."

sei... rsrsrsrsrs